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"Toda instituição passa por três estágios - utilidade, privilégio e abuso." François Chateaubriand



domingo, maio 03, 2009

Augusto Boal


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Augusto Boal, nascido no Rio de Janeiro, em 16 de março de 1931 e criador do Teatro do Oprimido, morreu na madrugada deste sábado (02/05/09). O dramaturgo é vencedor de diversos prêmios nacionais e internacionais, já tendo, inclusive, sido indicado ao prêmio Nobel da Paz. Cabe aqui fazer um post sobre ele - não pela importância de uma homenagem póstuma, mas porque a notícia de sua morte me fez lembrar muito do que aprendi em seus livros. Boal acreditava que todos podem ser atores. Acreditando no teatro como ferramenta transformadora, afirmava que: “O Teatro do Oprimido é o teatro no sentido mais arcaico do termo. Todos os seres humanos são atores - porque atuam - e espectadores - porque observam. Somos todos ‘espect-atores’.

O teatro, podendo acontecer em qualquer lugar (”inclusive dentro dos teatros”, segundo Boal), existe em todo ser humano e possibilita transformações sociais, na medida em que nos coloca como aptos pensar e agir sobre o mundo. Ao questionar a dicotomia ator/espectador, Boal nos convida atuar intensa e efetivamente no coletivo. Segundo ele, “Os atores falam, andam, exprimem idéias e revelam paixões, exatamente como nós em nossas vidas no corriqueiro dia-a-dia. A única diferença entre nós e eles consiste em que os atores são conscientes de estar usando essa linguagem, tornando-se, com isso, mais aptos a utilizá-la. Os não-atores, ao contrário, ignoram estar fazendo teatro (…)”. Assim sendo, parece-me que o que o Teatro do Oprimido faz é nos convidar a uma tomada de consciência. Não uma consciência dominada por uma supremacia da razão, e sim forte pelo que há de intenso no coletivo, na criação, na crítica que nasce dos grupos.

Aos espect-atores que aqui lêem, convido a buscarem algumas obras de Boal. Estou certa de que, de algum modo e em algum espaço de atuação, serão ótimas companhias.

Por Carla Jaia

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